sexta-feira, 5 de setembro de 2014

terça-feira, 25 de março de 2014

Vento Rodriguiano

Hoje vou “Mentir a verdade, trair o segredo...” tal qual Nelson, um menino que ver o mundo pelo buraco da fechadura. Um verdadeiro “anjo sedutor, obsceno e sem pudor”. Nesta burra unanimidade social, onde o imoral torna-se legal e meus desejos tarjados como “eloquentes e inconsequentes”. À noite matarei a saudade de Suzana, da sedutora do lotação e da honesta viúva. Das fantasias cariocas, caricatas ou reais, serei este menino perene imaturo, mas fiel a quem me trai, envolvido pela “flor de obsessão”.
Das verdades apenas as boas, das mentiras somente as sinceras, pois aqui elas interessam. “A mulher que amou de mais”, “o óbvio ululante” e a irreverente “cabra vadia” com suas novas confissões são retratos desta pátria que finge usar chuteiras, mas que se acostumou mesmo a ser enganado. Viva o brasileiro, este imenso feriado que lampeja poder sambar nu em liberdade.
Aqui sentado aguardo, um toque genial, algo sensacional, ou atuações emanadas do sobrenatural de Almeida, que ainda estar a nos assustar. De cara pintada como um Pierrô de arquibancada vendo em festa nesta nova morada as batalha não mais em pó de arroz, que rapidamente são interrompidas pelas palavras desmedidas ao vilão mascarado com seu apito a empunhar.
Admirando mais um contemporâneo teatro, desse ardente país amordaçado pelas flanelas de novas censuras. Onde o “politicamente” se diz correto e mesmo não confiando em nada “político”. Assim em saudades a frases marcantes me vejo a devanear ações em segredo para os tolos não me tolher. E mesmo sabendo que tudo deve partir, fico a fingir poder ao lado dele um dia beber. Esperando saborear a critica, que já seria imortal, neste submundo real, que tentamos sobreviver.
Nelson Rodrigues centenário, mas atual.


Leandro Ramos

sexta-feira, 7 de março de 2014

De volta à velha rotina

       Depois de muito tempo voltei a postar nesse “canal” que criei para servir de válvula de escape de mim mesmo. Neste ano resolvi me obrigar a escrever duas paginas todos os dias pares, para disciplinar meu processo de criação, pois logo me formarei arquiteto e esse (o processo criativo) deve estar mais automático.
       Com essa obrigatoriedade surgiu alguns pequenos contos, varias crônicas, criticas de filmes, livros e outras artes, que muitas vezes servem para iniciar prolongadas conversas com amigos, ou apenas divertir outros. Porém foi em uma total escassez de ideias que me trouxe aqui.
Na tarde de ontem 06/03/2014 coloquei-me em frente ao computador para dissertar sobre qualquer assunto, pensei em política, mas resolvi guardar a o fio condutor para um conto mais elaborado; tentei fazer uma critica esportiva, mas não estava com nenhum “gancho” que me instigasse; e foi assim a cada assunto que pensava. Então resolvi buscar analogias, em outras fontes. Fui ao cinema assistir o badalado filme American Hustle do queridinho de Hollywood o diretor David O. Russell, mas depois de um pouco mais de uma hora e meia, percebi que o superestimaram com dez indicações ao Oscar. Não consegui entrar na “vibe” da produção, apesar dos maravilhosos decotes de Amy Adams e Jennifer Lawrence.


       Ao retornar para casa me posicionei novamente a frente do computador, mas mesmo tendo alguns pensamentos ao filme não consegui escrever uma critica a ele (que farei outro dia). Para tentar outras fontes de “inspiração” fui navegar nesse turbulento mar de informações denominado internet, após duas horas de leitura, analisando imagem e assistindo vídeos, ainda não conseguia criar nada. Já quase conformado com a quebra desse novo “ritual”, voltei-me para prateleira de livros do meu quarto e percebi que um estava de cabeça para baixo, era justo um Nelson Rodrigues: A vida como ela é, livro que já “devorei” pelo menos umas cinquenta vezes e ao reler o conto cinco A dama do lotação percebi exatamente do que deveria escrever.


       E com a empolgação escrevi duas vezes mais que minha obrigação (que foi posteriormente editado), e lembrei-me deste “velho” blog e analisei as circunstâncias as quais ele foi criado, e percebi que elas ainda estão presentes em meu cotidiano. Assim resolvi novamente encarar o computador para relatar esse “lenga-lenga” de crise criativa, afim de se criar novas postagens, sobre os mais variados temas.
       Em resumo: como terminou o carnaval, o ano inicia verdadeiramente, e cheio de novos planos. Mas isso é assunto para uma próxima postagem. Enfim de volta à velha rotina.